Herreirices

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Da relatividade, aos 4 anos.

"Mãe, porque meu irmão pode ser meu irmão mais menor e eu não posso ser a irmã mais grande?"

Claro que pode, figura.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As últimas das últimas

As perguntas da pessoinha que crio aqui estão adquirindo agora, no alto de seus 4 anos, um nível um tanto filosófico. Nas últimas semanas tivemos que responder perguntas como "Como nos apaixonamos?", "O que é vida?" e "Isso que estou vivendo é sonho ou realidade?".

Mas a mais intrigante, foi a colocação de Dia das Bruxas. Em pleno passeio pelo bairro, naquele diz lindo e ensolarado, ela coloca: "Eu não gosto de sombra". E porquê? Pergunto eu. "É como se tivesse outra Alice, imitando tudo que eu faço!"

Aquela que se incomoda consigo mesma... esquizofrenia precoce!!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Porque não dancei...

... ou porque realmente eu saí.

Quem não me conhece, ou de alguma maneira vê o outro através das suas próprias lentes, deve estar se perguntando onde esta louca que vos fala estava com a cabeça, quando resolveu pedir demissão de uma grande multinacional, depois de mais de 5 anos de serviço.

Quem me conhece e me ama por quem sou, tirou de letra ;)

Foram questões pessoais e profissionais, mas principalmente, pessoais.

É fácil a gente tranferir a responsabilidade sobre as dificuldades que a gente passa na vida pro outro. Ás vezes, cá entre nós, é do outro mesmo a culpa (esse mundo tá cheio de gente "do mau"), mas porque raios esse outro cruzou justo o seu caminho? Algo precisávamos aprender, ou ensinar. É nisso que eu acredito e foi pensando assim que enfrentei as dificuldades que enfrentei por lá, que não foram poucas: gritos, desrespeito, falta de coleguismo, competição desleal, humilhação, e por aí vai. Não, não sou uma coitada. Mas quem participa (ou participou) do mundo corporativo sabe do que eu estou falando: as pessoas precisam sobreviver, e não medem esforços pra isso. E é completamente possível você sobreviver, e digo mais, vencer nele. No meu ver, você somente precisa de duas coisas:
- ter sonhado com isso
- precisar disso
E eu não tinha nenhuma das duas.

É também bem difícil você conviver com pessoas quem você não conhece fora do ambiente de trabalho por 9, 10, 14 horas por dia, sem se envolver emocionalmente. Admiro e aplaudo de pé quem consegue. É preciso separar o pessoal do corporativo! Mas eu não sou assim, eu não consigo ver a mesma carinha todos os dias e não me envolver emocionalmente... pelo jeito, não fui talhada pra isso. E é só por isso que sinto uma pontinha de dor: no fundo, vou sentir uma falta danada das pessoas.

Não estou nem falando dos meus AMIGOS, pois esses, eu meti na malinha e tô levando junto, queiram ou não!! hauahuah. Mas aquelas carinhas que você vê todo dia, dá bom dia,toma um café, dá parabéns... as pessoas por trás dos números... enfim, tá vendo como eu NÃO nasci pro mundo corporativo?

Fatores pessoais tem de monte, é só escolher: a Alice, o casamento, minha casa, minha saúde, o suporte em casa... pode escolher. Mas o fator pessoal que mais pesou não foi nenhum desses, pois todos se resolveriam se eu tivesse UM fator crucial: perspectiva.

Aquela certeza de que você está plantando algo, e que um dia vai colher. Aquela sensação de dever cumprido, de fazer algo que você gosta, que você nasceu pra fazer...

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(Álvaro de Campos)

Eu preciso de sonho pra viver. E você?

sobre a reciprocidade, e outros devaneios

Eu nem esperava, mas a quantidade de mensagens de carinho e apoio me fez pensar que de algum forma toquei o coração daquelas pessoas, assim como elas tocaram o meu. Voltei a acreditar em reciprocidade. Tô feliz :D

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Essa é pra matar a saudade do meu bloguinho - sobre a independência, e outros devaneios

Pessoa vem me dizer que quer ir no banheiro. Ofereço ajuda e ouço: "Não, eu já sei ir no banheiro sozinha.". Nem "obrigada" me disse a mardita.

Então tá bom.

Passam-se 10 minutos e volta, toda feliz:

"Foi?"
"Fui!"
"Limpou?"
"Limpei."
"Lavou a mão?"
"..."

e volta no mesmo pé que veio.

"Quer ajuda?"
"Não. Eu já sei lavar a mão sozinha."

Ahan... essa eu fiquei ansiosa pra ver como ia acabar.

Daí eu ouví TUM, PLOFT, PÀ e o som da torneira. Dois minutos depois (eu já bem brava por causa do desperdício) ouço MÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEEEEEE!!!!!!!

E dito e feito: pessoa pendurada na pia tomando água na cara, com as duas pernas no ar. Banquinho no outro lado no banheiro.

Tô aqui pensando que é um lance traiçoeiro, esse de independência. Você vai até o limite, ele funciona. Você passa do limite, e ele te morde na bunda. E saber o limite é que é o ó.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

00:01

Foi hoje, filha. Há 3 anos atrás.

Faz dois anos que ensaio pra te escrever essa carta. No primeiro ano, eu estava com muitas coisas na cabeça pra me concentrar. Foi um período difícil aquele e se você quiser, um dia eu te conto o porquê.

No segundo ano, eu pensei demais, e acabei perdendo o momento. Mamãe e papai trabalhavam loucamente pelos primeiros anos da sua vida, e a cabeça sempre estava cheia de pensamentos. E entre tentar lembrar de todas as coisas práticas que precisavam ser feitas e lembrar de sonhar, nunca sobrava tempo (ou cabeça) para os pequenos gestos, como te escrever uma carta. Espero que você nos perdoe por isso também, dentre as coisas todas que sua "lista de coisas a perdoar nos pais" vai levar, assim como a de todo mundo.

Sim filha, todos os pais erram, e nós também.

Agora eu tampouco deveria estar te escrevendo, pois já passa da meia noite e amanhã eu acordo cedo. Mudei toda a minha rotina pra poder estar mais tempo com você, e isso tem nos feito muito bem.

É importante que você saiba que foi muito desejada, não só por seus pais mas por todos à sua volta. Você foi, e sempre será, muito bem-vinda à esse entorno que te recebeu.

Estou te escrevendo pois queria que você soubesse, quando crescesse, como você era quando pequenininha. Como tenho cabeça-de-vento esqueço muita coisa (pergunte ao seu pai), mas é engraçado como as coisas relacionadas a você ficam gravadas. É como se fosse genético, seleção natural. Me lembro do que é vital, como respirar, comer ou dormir. E me lembro tudo de você.

Lembro do primeiro banho que te dei, e do medo que sentia que entrasse água nos seus ouvidos. Lembro que, por muito tempo, não deixei ninguém além de mim mesma dar banho em você e sua avó Marisa não me perdoa até hoje por isso. Acho que era sonho antigo dela dar banho em um netinho, mas enfim. Lembro dos barulhinhos que você fazia depois do banho, após os dois meses. Foi quando você começou a "falar".

Me lembro da sua mãozinha enfiada no meu peito toda vez que você se aconchegava, fosse pra mamar ou dormir. Era a melhor sensação do mundo, aquela de te dar aconchego. Eu me sentia um gigante. E você parecia curtir bastante também.

Me lembro da primeira vez que você comeu algo que não era leite. Era mamão papaia, você pareceu gostar do gosto. Mas não sabia o que fazer com aquilo maciço dentro da sua boca, então ficava lá com a boca aberta e cara de interrogação. E quando se ligou que dava pra engolir, engasgou. Deve ser estranho mesmo... mas eu sei que eu só conseguia dar risada da sua desgraça... me desculpe por isso também, filha.

Me lembro da primeira vez que disse "mamãe": você estava sentada no tapetinho de brincar na sala, e eu sentada no sofá. Como sempre, você começo a pedir colo, fazendo aquele chorinho manhozo que até hoje você faz. Daí eu disse: "eu te pego se você disser MAMÂE". E você: "MAMÃÃÃÃÃÃ... esticando os bracinhos e choramingando ainda mais. Eu te peguei no colo e comecei a chorar e rir ao mesmo tempo. Eu ganhei, você disse mamãe antes que papai!! hahahaha

Me lembro do primeiro dia em que tive que te deixar no berçário e sair. Gil, Wanda e Vanessa haviam me dado toda a segurança que era possível, e eu parecia estar firmona... até que sentei no carro, engatei a primeira e... estanquei. De repente, estorou um alerta vermelho dentro de mim, dizendo que algo importante havia ficado para trás, como um braço, ou uma perna. Não era braço nem perna... era você.

Tudo passou em câmera lenta, até que você completou um ano. O primeiro dentinho, o dia em que você levantou a cabeça, o dia em que você sentou, rolou, o dia em que você engatinhou, os seus primeiros passinhos, quando você aprendeu a brincar com os gatos, as primeiras palavras... tudo isso aconteceu no primeiro ano. Quando esse ano acabou, também eu e você passamos por um período de transição. A gente descobriu que a gente se bastava, mas apesar disso, não queríamos estar somente nós.

De um a dois anos tudo aconteceu muito rápido, foi uma loucura. De repente, você já andava sozinha. De repente, você já falava no telefone. De repente, já desenhava, e foleava livros.

Cantava, o tempo todo. A primeira vez que eu te peguei cantando algo que eu identifiquei, foi no meio de uma arrumação. A caixinha com as suas coisas de toalete havia ficado no chão. Eu estava no meu quarto e ouví, vindo de lá do seu: "É inho... no bombô!" e o bater de um perfume no chão: "pápápá!".

Lá pelos dois anos e meio, começou o que eu descobri depois que vinha a ser a "adolescência da infância", e você, minha filha, honrou a cada milímetro o termo. Acho que foi praga da minha mãe, aliás tenho certeza, pois ainda ouço nitidamente no fundo dos meus ouvidos minha mãe dizendo: "a vida te ensina, minha filha. Um dia você terá filhos". Pois é.

Assim que percebeu que podia andar sozinha, o que te permitia o direito de ir e vir, e aprendeu, não só a dizer a palavra "não" (pois essa é uma das primeiras que vocês aprendem, humpf), mas que ela te dava o poder de efetivamente não fazer algo que você não quisesse, ou de fazer algo que alguém não quisesse, você pôs em prática toda a força de seu temperamento, e lutava por cada coisinha como se fosse pela sua vida. Mesmo as batalhas perdidas, e inglórias, contra você mesma - como subir uma escada, ou lamber a descarga - eram batalhas a serem vencidas. Foi aí que nós, eu e seu pai, começamos a nossa batalha, para que você transformasse toda essa energia raivosa - dos seus gritos e explosões - em uma energia contrutiva, que faça com que você batalhe viementemente por algo que acredita, e nunca desista. Quem vê você hoje batalhar por algo, pensa que você nunca ouviu a palavra "não" na vida, minha filha. Mas eu te garanto que você ouviu. E garanto que fui coerente em 100% dos meus "nãos", cumprindo sempre com o combinado. Mas pasme, isso não faz com que você resista menos, na hora de sair do banho, trocar de roupa, guardar os brinquedos, ou qualquer uma das outras lutas inglórias que te parecem tão vitais.

Agora deixa eu te contar um pouco da sua alma.

Você, olhos brilhantes (como diz a Miki), é um serzinho que, desde que o dia em que nasceu, atrai pra sí tudo e todos os que estiverem à sua volta. Imagine pra mim, leoa super-protetora que sou, o que foi no seu começo, quando até as enfermeiras do hospital pareciam não querer te largar. Amigos faziam fila pra vir em casa te visitar; uma, duas, muitas vezes. Parentes tramavam para estar por perto, ou pra te ter no colo. E eu, mãe de primeira viagem, só queria poder lamber minha criar em paz, mas que remédio, tinha que te dividir com o mundo! Lá pelas tantas, mais ou menos quando você estava com um ano e meio e eu me dei conta de que você não precisava mais da minha super proteção pois deixava BEM claro quando algo te incomodava, percebi que esse papel, de "luminária", que atrairia todos à sua volta que precisam de luz, havia sido escolhido por você. E aceitei, por mais difícil que isso seja pra mim até hoje. Creio que sempre será, pois mãe nenhuma quer dividir a cria com o mundo. Mas algo me diz que é bom eu me conformar, e rápido. Sabe-se lá o que o destino reserva pra você, e o que quer que seja, que estejamos preparadas, eu e você.

Então, filha minha, onde quer que a gente vá, as pessoas se colocam a te dizer o quanto você é linda, o quanto você é especial. As pessoas perguntam de você o tempo todo, mesmo as que só te viram uma vez. As pessoas tiram fotos suas, no restaurante, na rua. É uma doidera.

O mais legal é que você parece ter plena consciência disso. Uma vez em Salvador, estávamos no elevador do hotel, e pra variar um casal te encarava e te sorria. Como sempre. E como sempre, disseram: "Nossa, como você é linda!", ao que você respondeu: "Eu sei....". Você parece saber que seu carinho muda o dia de qualquer um. Você parece saber que, se falar com uma pessoa que está triste, mesmo que ao telefone, ela vai sorrir. Você, no alto dos seus 3 anos de idade, parece já saber a que veio.

Essa maturidade toda também faz com que nós, seus pais, vivamos situações que não esperávamos viver antes da sua adolescência. Eu não esperava que você me magoasse, por me xingar ou bater, por ser ingrata ou petulante, até que você tivesse no mínimo uns 9 anos. Pois é, eu me enganei. Até isso nós já tivemos, filha querida, você já me magoou. Espero que quando sua adolescência chegar, eu já esteja craque no assunto. Por enquanto ainda dói. Assim como eu sei que deve doer na minha mãe até hoje quando eu a magoo por algum motivo. Deve fazer parte da maternidade isso, de ter tanto amor por uma pessoa que mágoa menhuma consegue mudar. O amor e a dor andam de mãos dadas, desde que o dia em que você veio pro meu canguru.

Eu ainda tenho muito pra conhecer sobre você, pequetita. A cada dia, você me parece uma pessoa diferente, é incrível isso. Será que será sempre assim? Não sei... me pergunto. Mas é excitante a sensação de que você guarda um oceano aí dentro. Nossa vida nunca mais vai ser a mesma, nem mesmo amanhã.

Hoje você já faz a letra do seu nome, já desenha pirulitos. Já fala algumas palavras em inglês, e espanhol. Já sabe o que é amar alguém. Já passa maquiagem e esmalte. Já vai no banheiro sozinha, e se alimenta sozinha também. Já pede por um irmão, e como ainda não tem, delega irmãos entre seu amigos. Sim, você tem amigos, à quem ama e valoriza muito. Já sente saudade, e diz que a sente. Já entende, do seu jeitinho, o que é a morte, e que infelizmente, por maiores que sejam as asas que você venha a ter, não irá poder alcançar o céu. Já sabe contar até trinta. Já sabe o que é a gratidão, o reconhecimento. Já sabe dar valor ao que tem, pois já entende que nem todos têm.

Hoje, no dia em que faz 3 anos em que eu passei 20 horas em trabalho de parto, pra no final você vir de cesárea mesmo - e aguarde, pois você ainda vai me ouvir dizer muito isso pra você, essa é minha grande moeda de troca! - eu só posso te dizer que me esforço a cada dia para ser uma pessoa melhor, pra que você tenha os melhores exemplos. Orar para que a nossa sagrada mãe Maria esteja sempre ao se lado, onde e quando eu não puder estar. E pra que meus erros, hija mia, talhem em você tudo aquilo que você precisa aprender pra enfrentar na vida o que você fatalmente irá enfrentar, simplesmente por viver. Pode ter a certeza, sempre, de que sofrimento nenhum que você venha a sentir irá se igualar ao que eu sinto por te ver sofrer. E que, haja o que houver, escolha os caminhos que escolher, eu vou sempre, SEMPRE, ter orgulho de ser a sua MÃE.

Com amor, Amanda.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu não estava preparada

Com 5 meses e meio, ela começou no berçário. Mirradinha como sempre foi, ninguém dizia a força do gênio que tem... passou uma semana calada, a transição pareceu tranquila... só foi mostrar à que veio na segunda semana, quando a mamãe já não estava mais na porta para “acudir” em caso de desespero. Eis que pôs a boca no mundo. E a partir dali, Giu, Vanda e Vanessa souberam com quem estavam lidando: a carinhosa, falante, solidária e, principalmente, geniosa Alice.

Com um ano e pouco ela entrou na escola andando sozinha, pela primeira vez. Demorou em torno de meia hora pra percorrer o curto trecho entre a porta e o berçário, mas fez questão de ir sozinha, só aceitando ajuda em caso de queda. Meu papel se restringiu a evitar boladas e trombões, desviar as pilastras. Por coincidência, a diretora da escola estava mostrando a escola para um casal, bem nesse momento. Me lembro das palavras com nitidez: “Essa é a Alice, que praticamente nasceu aqui. Ela está entrando andando sozinha, pela primeira vez!”. Não sei se fechou a matrícula com o casal, mas propaganda mais acertiva não aconteceria nem se fosse muito bem paga.

Com um ano e meio ela começou a levar a própria mochila. Nao sei se era ela que levava a mochila ou a mochila que levava ela, fato é que a ajuda passou a se restringir aos degraus onde ela entalava. A mochila virou objeto de desejo do G1 e ela não aceitava mais ajuda nem do tio da entrada pra tirar a mochila do carro, era um escândalo toda vez! Ninguém podia tocar a mochila, símbolo de sua autonomia e orgulho.

Hoje, com dois anos e quase 5 meses, ela entrou sozinha na escola. Pegou a mochila na calçada, deu a mão pro tio da porta, entrou, e só lá dentro largou a mão do Rafa pra dizer “tchau mamãe!”

...

Eu fiquei lá parada com aquela cara de quem não entendeu nada, como assim “tchau”, onde você pensa que vai sem mim? O Rafa, vendo meu desolamento, disse “É mãe, eu já sei entrar sozinha, estou crescendo...”. Eu disfarcei minha desconjuntura, passei o portão, dei um beijo nela, disse que a amava e que tenha um bom dia. Ela retribuiu alegremente, virou, deu a mão pro Rafa e foi-se embora, sem nem olhar pra trás.

Eu não estava preparada, como não estava pra todos os momentos descritos anteriormente. E acabo de me dar conta (ou talvez assumir, pois me dar conta eu me dou todo dia), de que tampouco estou preparada para todas as surpresas que terei de hoje em diante. Parte de mim fica feliz por saber que a cada dia, voltarei a ser mais “eu”, e ela será a cada dia mais “ela”, linda e brilhante “ela”; parte de mim quer chorar desesperadamente porque está perdendo o bebê. Esse sentimento dúbio de ser mãe deixa qualquer um louco, acho que deve ser por isso que TODAS as mães que eu conheço são no fundo (ou na superfície mesmo, rsrsr) meio surtadas. Mas a felicidade de ver crescer uma pessoinha tão especial, isso não tem preço.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Day 3 – Middtown

Tava tão cansada ontem que capotei sem escovar dente nem nada.

Ontem foi o famoso “dia do mico”!

Comecei fazendo a visita guiada pela ONU, AMEI, mexeu muito comigo e espero que algo venha disso. Quando eu estava no parlamento acabou a bateria da câmera.. fui virar pra tentar tirar pelo menos uma fotinho e.. derrubei a pilha entre as cadeiras do parlamento =-S. Só dava eu de quatro andando pelas cadeiras tentando achar… daí achei de tudo que vocês podem imaginar menos minha pilha!! Achei até um pendrive e fiquei me perguntando o que será que tinha alí, confesso que fiquei me coçando pra levar embora e ver.. daí comecei a viajar e pensar em um roteiro de filme, vai que tem algum segredo de estado naquele pendrive e alguém começa a me perseguir… hauhauha deixa lá, tá louco!!!

Saindo de lá peguei as pilhas extras na minha mochila que tinha ficado no locker e segui. Andei até o Rockefeller Center, e achei uma linda loja da Lego, Lili ia ficar louca!! Tirei umas fotos por alí e subí ao “Top of the rock” pra ver a cidade toda lá de cima. Foi aí que tive minha primeira vista do parque.. confesso que fiquei emocionada.

Descendo fui comer um sanduíche no Starbucks mesmo mas eles só tinham de frango… quando eu comecei a comer era de frango com… salsa!! Eu odeio salsa!! Só consegui comer a metade. Mico #2!!

Daí me pus a procurar o raio da loja dos bombeiros mas nada de achar. Comprei as coisinhas pro Má na NBA e peguei um táxi até o Intrepid, porta-aviões da Marinha tranformado num museu, atracado do outro lado da Ilha. Adjunto, tem um submarino (Growler) e um Concorde. Bem legal o passeio, mas eu já estava exausta de andar debaixo do sol e… convenhamos… passeio de menino!! O que fez valer a pena foi um senhorzinho que estava usando uma camiseta escrito “voluntário”: ele foi um dos “Marines” que efetivamente esteve naqueles equipamentos todos e estava mostrando para as crianças como a coisa realmente aconteceu… lindo ver a reação das crianças, de admiração e respeito…

Voltei pra Times Square e tentei pegar as encomendas na Swatch, mas inviável, extremamente caro e poucas opções… fora da lista ;-]

Peguei o metrô de volta (aprendi a me virar nesse troço, finalmente!!) pra falar com a família, confesso que estava moooortaaa!! rsrsrs. Tomei uma ducha rápida e… REI LEÃO!!

Não se compara com “Mamma Mia”… apesar de amar as músicas do Mamma e também ter amado, Rei Leão é muito mais grandioso.. figurino, maquiagem, coreografia.. os corais.. incrível!!!

Estava morrendo de fome (também, 3 dias sem sentar pra comer, rsrsrs) e fui ao Bubba-Gump comer alguma coisa. Então aconteceu algo estranho e… eu resolví assumir que NY vai ser bem mais legal quando eu puder voltar com o Má =-]. Estou feliz sozinha, não sinto falta de ter com quem conversar nem nada… mas o tempo todo dá vontade de contar pro Má o que eu estou fazendo. Decidí então pegar leve até o fim dessa viagem, aproveitando cada momentinho, mas sem aquelas ganas loucas de fazer absolutamente tudo o que for possível pois eu tenho, definitivamente, que voltar.

Voltei de metrô ao hotel e aconteceu algo engraçado, aqui tem tipo 3 lugares diferentes pra você pegar o mesmo metrô. Daí eu tava parada em um e o metrô parou em outro, daí eu nem me toquei e fiquei lá parada, rs. Daí passou um senhorzinho e acenou pra mim ir pro outro ponto como quem diz “vâmo filha senão você vai perder o trem!!”. Cheguei na outra estação para baldeação e lá estava o senhor de novo, que passou por mim e sorriu. Quando cheguei na minha estação o senhor desceu também!! Daí ele virou pra mim e disse “parece que estamos nos seguindo”, e riu. Daí eu disse “sim, e eu sempre pareço perdida!!” Daí ele riu mais ainda e me explicou o lance de ter 3 lugares pro mesmo metrô, que em horas de pico são três indo e vondo ao mesmo tempo mas nos outros horários somente um deles vai e volta, então tem que ficar esperto. Agradecí muito a dica e fui embora feliz pro hotel, pensando que sim, NY tem gente muito legal realmente.

Nem sei ainda o que vou fazer hoje, pelo meu plano iria pro Parque mas.. não sei, rs. Á noite eu conto!!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Day 2 – Downtown

Achei que ia me virar melhor com o transporte público depois de tanta pesquisa, mas não. Apanhei pra achar a estação de metrô, pra comprar o bilhete, pra achar o ponto de ônibus (que eu não achei até agora), e até fiquei esperando do lado errado da estação… totalmente amadora!!

A dor nos pés à essa altura já é uma grande amiga, e se não fosse o creminho (para pernas e pés) da Granado que a Marina me indicou eu tava na roça. Hoje, a Vitamin Water foi “XXX” (com açaí – delícia!!).

Observação: primeiro café no “Zana”, café adjunto ao hotel: a pessoa me perguntou que suco eu preferia, eu disse “laranja”; perguntou se eu queria chá ou café e eu disse “café” – veio suco de maçã com chá. Vamos ver o que me espera amanhã =-].

Como demorei pra chegar até o City Hall, resolví fazer tudo com calma e encarar o que desse – já ciente de que não daria tempo pra fazer tudo o que eu tinha planejado. Peguei o ferry pra Statue Island e Ellis Island, dia lindo, fotos legais. Nem descí do barco na ilha da estatua pois como a Edninha já havia me advertido – pensei em você o dia todo hoje! – nem deu vontade. Fui então a Ellis Island conhecer o ponto em que os imigrantes do mundo inteiro desciam para a inspeção antes de serem aceitos nos Estados Unidos, lindo museu, emocionante. Marcus precisa conhecer este lugar.

Na volta fiz lindas fotos no Battery Park e tive uma grata surpresa, dei de caras com o Museu Nacional do Índio Americano em um imponente prédio nada a ver com o tema. Havia uma linda exposição sobre a relação dos povos indígenas com os cavalos, pensei muito na Júlia (é claro), e na Dna Marisa, que teria adorado a exposição.

Á essa altura já deveria almoçar mas pra variar a fome não vêm enquanto eu não me sento pra comer. Entrei em uma “Borders” que tem um “Dean & Delucca”, comprei umas revistas e comi uma saladinha mais uma vez. 10 barão, mas a do Europa café é maior e mais barata.

Saí de lá e dei de cara com o touro de wall street, pobre coitado no meio da rua, onde fica todo mundo esfregando as bolas!! hauhauha o que as pessoas não fazem por dinehiro =-p. Tentei tirar umas fotos da Trinity Church mas as ruas são tão estreitas e os prédio tão altos que fica dificílimo conseguir um ângulo legal. Virei a esquerda para o Ground Zero, mas não há nada além de um imenso canteiro de obras. E uma sensação de desolameento terrível.

Daí fiz a besteira de sempre e entrei na Century 21, uma hora só pra achar a bolsa da minha mãe (espero que goste!!). Quando saí já estava encima pra encontrar o Má e a Picu no Skype. Peguei um taxi e viemos pelo Soho… e foi tudo que eu ví dele (desculpa Aninha não tomei um café na Swarowsky por você! Mas não te esqueci ;-]).

Tomei um banho e fui ver meu primeiro show da Broadway: MAMMA MIA!!! Sabe aquela sensação de que você está fazendo algo que espera por muitos, muitos anos? Rí, chorei, me emocionei, cantei todas as músicas, aplaudí gritando, dancei no final, fiz tudo o que tinha direito. Quando saí, estava “too exited” para ir dormir então me puz a andar pela Times Square… eu e o mundo!! Sentí alguma falta de alguém para dividir o momento, mas estava muito empolgada para ficar triste. Foi um momento muito meu =-].

Aqui estou eu, arrumando a bolsinha pra mais um dia de gastar sola. Amanhã: Middtown!!

Ah! Em tempo: outra balela é que novaiorquino é mal educado: nunca fui tão bem tratada. por TODO mundo – desde o pessoal do hotel até os passantes. Uma mulher chegou literalmente a me perguntar se eu precisava de ajuda – ou eu tenho muita cara de perdida ou muita cara de legal (ou os dois, hehehe) – mas mesmo assim fiquei emocionada com a atitude dela.

domingo, 29 de agosto de 2010

New York, Day 1: getting here

Eu não tinha grandes planos pra hoje, queria me instalar e me “ubicar”. Depois de uma hora rodando com o shuttle dentro do prórpio aeroporto e mais uma pra deixar todo mundo, cheguei ao Hotel Thirty Thirty, bem localizado no centro de Manhattan. O check-in é só as 3 então deixei a mala com eles e fui buscar meu NY Pass. Cagada: meu computador pesa quase 4 kilos que aos poucos, com as distâncias desconhecidas e o calor brasileiro que tá aqui, foram virando 10, 15 kilos…

Nota mental: sabia que tinha um problema sério de lateralidade, mas aqui em NY eu tô ferrada se não prestar atenção em pra que lado ir!!!

Não tem como não perder o ar a primeira vez que você se depara com aqueles painéis luminosos gigantescos na Times Square. Qualquer paulista, por mais cosmopolita que seja, se sentiria pequeninho perante tanto flash em plena luz do dia. Depois vai acostumando, e à certa altura do dia tanto prédio um do lado do outro, com altura à perder de vista, acaba dando uma sensação meio claustrofóbica.

Nota mental 2: eu preciso ver o horizonte… nem sabia isso a meu respeito!!

Peguei o ticket no Planet Holywood e ainda era cedo. Fui turistar na loja de M&M’s e em seguida visitar o Madame Tussaud’s de NY. Legalzinho, mas assim, nada imperdível. A loje de M&M’s tá ganhando por enquanto, rs.

Saindo de lá comecei a aproveitar as dicas da Marininha (demais querida!!) e parei no Europa Café para um buffet de salada, Diet Snapples e iogurte, pela bagatela de U$9,33. Delícia.

Mais uma obs: esse papo que aqui vc só come junk é balela. Qualquer lugar vende uma saladinha bem razoável, ou sanduíche natural.

Voltei ao hotel para o check-in, fui super bem atendida. Hotelzinho pequenininho mas limpinho e bem localizado. Tô bem instalada ;). Daí eu dei uma apagada de 1 hora (nossa! rs) e fui comprar o mínimo pra me manter aqui, pois nem sabonete eu trouxe, rsrsrs.

Seguindo mais uma dica da Mari, parei no Duane Reade (mistura de farmácia com mercadinho, meio que uma lojas americanas bem-sucedida, sabe?) e ÁI QUE PREJUÍZO!!! Fico doida com essas coisinhas que só tem aqui!!

Dica (da Marina, é claro): Vitamin Water. Tem vááários sabores e é zero. Delícia e refresca super. Cada uma tem um propósito, tipo “energizar”, “hidratar”, etc

Depois de uma bela perda de tempo na Macy’s (que devia chamar “C&A de NY” – Deus meu livre, quanta sacoleira!!) fui direto na Old Navvy, dica da Helô: além de já ser super barato ainda ganhei 30% de desconto. E pela primeira vez na vida meu manequim não era o maior da loja!!! Tô bem feliz com meu guarda-roupa novo =-)

Corri pra casa (de taxi mesmo, por causa das sacolas né, rs) pra encontrar o Má e a piqui no Skype. Conexão do Hotel não é uma maravilha mas dá pro gasto. Espero que a pequena entenda que ainda vai demorar uns dias pra ver a mãmãe ao vivo… meu coração tá apertadinho… mas vou me manter firme senão nada disso vai valer.

Mais uma vez, queria agradecer meu lindo marido pelo apoio. Vai ser muito bom tudo isso, tenho certeza.

Amanhã: Downtown!!